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Em boa parte das tradições religiosas do mundo encontra-se, em alguns grupos, uma separação radical entre fé e emoção. Ter fé não é emocionar-se. Emocionar-se é um perigo para a fé. Para outros grupos , a emoção transforma-se na centralidade da expressão da fé.
Talvez o sensato aqui seja a busca do equilíbrio e da complementação. A fé não pode se basear única e exclusivamente em emoções que se manifestam temporariamente. Ela tem que ser contínua. Mas a fé não despreza nem a emoção, nem a razão e muito menos a dúvida. Duvidar é ser capaz de relativizar programas e conceitos e a fé dinâmica tem que ser capaz de produzir esse tipo de resultado.
Mas, voltemos às emoções. Não existe ser humano que não se emocione. O fato de possuirmos um corpo físico nos coloca no mundo de forma completamente aberta. Somos capazes de sentir, ver, cheirar, experimentar sabores, perceber cores etc. Isso faz com que nós seres humanos na maioria das vezes estejamos sempre em interação com a realidade empírica e concreta que nos evolve: às vezes sentimos medo, outras alegria, em diversas oportunidades excitação, não poucas vezes, deslumbramento, frustação, etc.
Portanto sentir faz parte da vida humana. Ter emoções é mais do que natural. O problema é quando nos guiamos apenas e exclusivamente pelas emoções. A ponderação originária da dinâmica da fé é necessária para reavaliarmos o sentido da vida e inclusive de nossas emoções. Não podemos ser escravos das situações e nem das emoções. A fé verdadeira nos ajuda a produzirmos emoções sadias e compatíveis com a realidade da vida. É assim que vemos pessoas desestruturadas se elevarem vitoriosas, tristes se alegrarem, desesperadas alcançarem esperança. Sem força tornarem-se poderosas! Que numa fé dinâmica e verdadeira construamos novas percepções da vida e de nossas potencialidades.
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